1. |
Tabacaria
11:05
|
|||
Poema Tabacaria de autoria de Álvaro de Campos, heterônimo de Fernando Pessoa, recitada por Antônio Abujamra.
|
||||
2. |
Paralelas
03:35
|
|||
Bom,
Finalmente acordei sem querer me odiar
Sem enxergar em mim o fracasso, o que me faz parar
De tentar tocar o dia, me incendiar
Quero aproveitar um pouco
Suas canduras indiscretas, Belchior em Paralelas,
E hoje é o dia de sustentar-me sempre alegre
Igual criança, não devoto da esperança,
Como imputam-me ser
Mas cá entre nós,
Acordar não tem sentido se não tem
Agir de uma forma coerente com seu
Pensar, vezes crente, vezes cético
E alçar dias mais brilhantes
Sem ignorar instantes
Reaprender, com não humanos, o que era
Ou ainda é...?
O mundo é para quem nasce para o conquistar
E não para quem sonha que pode conquistá-lo, ainda que tenha razão.
Tenho sonhado mais que o que Napoleão fez.
Tenho apertado ao peito hipotético mais humanidades do que Cristo,
Tenho feito filosofias em segredo que nenhum Kant escreveu.
Talvez saiba onde vou chegar
Mas a vida leva pra onde quer
E solta a voz do coração
Pra forjar um caminho
Mas sou e talvez serei sempre o da mansarda,
Ainda que não more nela;
Serei sempre o que não nasceu pra isso;
Serei sempre só o que tinha qualidades;
Serei sempre o que esperou que lhe abrissem a porta ao pé de uma parede sem porta,
E cantou a cantiga do Infinito numa capoeira,
E ouviu a voz de Deus num poço tapado.
Sou um tapado!
Quase esqueci que hoje o instante alegra-me.
|
||||
3. |
ronrom
00:08
|
|||
ronromronromronromronrom miau ronromronromronromronrom
|
||||
4. |
||||
No centro da sala, diante da mesa,
No fundo do prato, comida e tristeza.
A gente se olha, se toca e se cala
E se desentende no instante em que fala.
Medo. Medo. Medo. Medo. Medo. Medo
Cada um guarda mais o seu segredo
A sua mão fechada, a sua boca aberta
O seu peito deserto, a sua mão parada,
Lacrada, selada,
Molhada de medo.
Pai na cabeceira: "É hora do almoço."
Minha mãe me chama: "É hora do almoço."
Minha irmã mais nova, negra cabeleira.
Minha avó reclama: "É hora do almoço!"
E eu inda sou bem moço pra tanta tristeza.
Deixemos de coisas, cuidemos da vida,
Senão chega a morte ou coisa parecida,
E nos arrasta moço sem ter visto a vida
Ou coisa parecida, ou coisa parecida,
Ou coisa parecida, aparecida.
Ou coisa parecida, ou coisa parecida,
Ou coisa parecida, aparecida.
|
||||
5. |
Sono maior e menor
01:11
|
|||
Sono bom é mais aquele
Que satisfaz pela manhã
Mais produtiva, tarde ativa
Escapando o tempo que não voou, passou
Resultando os instantes regrados por leis
Que não assustam mais
Sono ruim já puxa aquele
Que não foi descansado
Pela culpa asfixiante de não ter se focado e doado
Indo pouco que seja mais a fundo de algo
Entendendo que o corpo ou é útil ou é bitolado
Resgatando de frases antigas um novo ditado
|
||||
6. |
Erros
00:46
|
|||
7. |
Choveu (Beto Guedes)
01:30
|
|||
Não tem nada mais bonito
Lá na terra já choveu
E não tem verde mais bonito
Nos teus olhos bonitos
Não distrai o pensamento
Lá na terra já choveu
Meu coração é deserto
Lá na terra choveu
|
||||
8. |
Ypê (Belchior)
01:11
|
|||
Contemplo o rio, que corre parado
e a dançarina de pedra que evolui,
completamente sem metas, sentado
não tenho sido e eu sou não serei nem fui.
A mente quer ser, mas querendo erra;
pois só sem desejos é que se vive o agora.
vêde o pé de ypê, apenas mente flore,
revolucionariamente
apenso ao pé da serra.
|
||||
9. |
||||
Tudo que move é sagrado, e remove as montanhas
Com todo o cuidado, meu amor
Enquanto a chama arder, todo dia te ver passar
Tudo viver a teu lado
Com o arco da promessa
Do azul pintado
Pra durar
Abelha fazendo o mel
Vale o tempo que não voou
A estrela caiu do céu
O pedido que se pensou
O destino que se cumpriu
De sentir seu calor
E ser todo
Todo dia é de viver
Para ser o que for
E ser tudo
Sim, todo amor é sagrado
E o fruto do trabalho
É mais que sagrado
Meu amor
A massa que faz o pão
Vale a luz do seu suor
Lembra que o sono é sagrado
E alimenta de horizontes
O tempo acordado de viver
No inverno te proteger
No verão sair pra pescar
No outono te conhecer
Primavera poder gostar
No estio me derreter
Pra na chuva dançar e andar junto
O destino que se cumpriu
De sentir seu calor e ser todo
|
||||
10. |
Furo no Asfalto
01:26
|
|||
Instinto em arte só anda metade
Do caminho que devia andar
Por trás o retoque, do lindo destaque
Está o mais importante
A força do dito, do dito infinito
Trazido por trazer poder
Pra fazer povo unido, sem tanto indivíduo
Padecendo a florescer
Merece destaque toda rosa forte
Que fura o asfalto, que impõe sua beleza
Mesmo influenciada, tomou seu caminho
Comprou suas brigas, aceitou seu destino
Procurando compreendê-lo, ou melhor, surpreendê-lo
E enquanto uns selam suas chances de um dia começar
A mudar
Ela selou suas chances de um dia parar
De lutar
|
Streaming and Download help
If you like bedside matsuko, you may also like:
Bandcamp Daily your guide to the world of Bandcamp