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bedside matsuko 9 para quitar a d​í​vida infinita [e enfrentar a ansiedade]

by bedside matsuko

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artilheiro de sucessos
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artilheiro de sucessos Grandiosa obra da música brasileira, letras fortíssimas e harmonias instigantes são a corda e a caçamba pra essa emocionante jornada filosófica e política. Performance maravilhosa e emocional, esse disco é das coisas mais honestas, emocionantes e bonitas que já ouvi. Favorite track: Dívida infinita.
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1.
Texto de: Clarice Lispector Recitado por: Abujamra Olhe para todos a seu redor, e veja o que temos feito de nós. Não temos amado, acima de todas as coisas. Não temos aceito o que não entendemos porque não queremos passar por tolos. Nós temos amontoado coisas, coisas, coisas... mas não temos um ao outro. Nós não temos nenhuma alegria que já não esteja catalogada. Nós temos construído catedrais, e ficado do lado de fora pois as catedrais que nós mesmos construímos, nós tememos que sejam armadilhas. Não nos temos entregue a nós mesmos, pois isso seria o começo de uma vida larga e nós a tememos. Nós temos evitado cair de joelhos diante do primeiro de nós que por amor diga: tens medo. Nós temos organizado associações e clubes sorridentes onde se serve com ou sem soda. Nós temos procurado nos salvar mas sem usar a palavra salvação para não nos envergonharmos de ser inocentes. Não temos usado a palavra amor para não termos de reconhecer sua contextura de ódio, de ciúme e de tantos outros contraditórios. Nós temos mantido em segredo a nossa morte para tornar a nossa vida possível. Muitos de nós fazem arte por não saber como é a outra coisa! Nós temos disfarçado com falso amor a nossa indiferença, sabendo que nossa indiferença é angústia disfarçada. Nós temos disfarçado com o pequeno medo o grande medo maior e por isso nunca falamos o que realmente importa. Falar no que realmente importa é considerado uma gaffe. Não temos sido puros e ingênuos para não rirmos de nós mesmos e para que no fim do dia possamos dizer: "pelo menos não fui tolo!" e assim não ficarmos perplexos antes de apagar a luz. Nós temos sorrido em público do que não sorriríamos quando ficássemos sozinhos. Temos chamado de fraqueza a nossa candura. Temo-nos temido um ao outro, acima de tudo. E a tudo isso consideramos a vitória nossa de cada dia!
2.
Anda lá 01:19
Anda lá! Vou sarar dessas feridas Caprichar nas ataduras e ja já Voltar ao grande ringue da vida social Rígido e preso ao que crê real Mas a mim é só uma forma dentre outras Vezes soltas adentro em alguns grupos As manias e tiranias chanceladas Dançam feito alegorias em carnavais Vou parar com as mais velhas manias Nunca antes repreendidas do meu falar Viciantes formas de levar ao alcance De outro ser suas angústias Suas excitações Suas visões... acostumadas a percorrer Sempre o mesmo caminho tortuoso... E amaldiçoar apenas corpos Que interagem em existir E rotacionar os próprios modos Para sempre poder reagir igual
3.
Seu moço, quer saber, eu vou cantar num baião Minha história pra o senhor, seu moço, preste atenção Eu vendia pirulito, arroz doce, mungunzá Enquanto eu ia vender doce, meus colegas iam estudar A minha mãe, tão pobrezinha, não podia me educar A minha mãe, tão pobrezinha, não podia me educar E quando era de noitinha, a meninada ia brincar Vixe, como eu tinha inveja, de ver o Zezinho contar: - O professor raiou comigo, porque eu não quis estudar - O professor raiou comigo, porque eu não quis estudar Hoje todo são "doutô", eu continuo joão ninguém Mas quem nasce pra pataca, nunca pode ser vintém Ver meus amigos "doutô", basta pra me sentir bem Ver meus amigos "doutô", basta pra me sentir bem Mas todos eles quando ouvem, um baiãozinho que eu fiz, Ficam tudo satisfeito, batem palmas e pedem bis E dizem: - João foi meu colega, como eu me sinto feliz E dizem: - João foi meu colega, como eu me sinto feliz Mas o negócio não é bem eu, é Mané, Pedro e Romão, Que também foram meus colegas , e continuam no sertão Não puderam estudar, e nem sabem fazer baião
4.
Ver nos outros formas De se conhecer Ver nas outras formas De deixar de ser Adianta ser um templo Bem guardado de capital De materialintelecto fundamental? Compromisso até os dente Com o próprio arsenal A única ferramenta quente Pra explicar o geral É minha vida opaca Afastada do miolo social Ou das periferias Um paradoxo de arrelias Traga-me mais-valias Pra que eu possa me encantar Mim cantar
5.
Somos sociedade construída Fundamentada em dívida infinita Sempre trabalha e cobre Se vira ou morre Canta ou chora Cria necessidades em um mundo escasso Sumo domínio dos mimados Se espera que a massa boa Rindo à toa doe seus órgãos Sinal de fumaça para nós Geração mais atenta, mais esperta Pelo menos é o que tenta Demonstrar Ainda temerária às estruturas Viciada em respostas curtas Sem precisar pensar Somos sociedade desiludida Encalacrada em dívida infinita Quem alcança tem sorte O bairro todo clama e aplaude Quem de lá consegue ao mundo sair e afetar Sociedade que amputa um ser completo Sempre devendo a si mesmo Sobram quilos, faltam livros Para se amar Enxergar-se sempre forte Passo firme pro que importe Sem precisar se matar
6.
I've hit rock bottom Ooh now I'm running away I've made it babe Think of what your lover would say Think in a properly way See girl, I won't say it Until it finds me One day My mind starts to derange Distortion to rage As sight loses its range As everyones perspective begins to change Ooh, I'm the same Just something to blame Another thing wrong with the game Watch me as I descend Into shame When your hearts got no more You're lying dead on the floor The wounds in your back are still sore And everyone who watched you Watched on in awe But now you see it's nothing but poor Another lost soul Never accomplished a goal Or made a light out of their lives And they're the ones who pulled out the knife Oh, like that, everything is gone in front of your eyes Your hands have lost the grip on their prize And you've got no more tries Cause you've lost them through lies Oh but your lucky this time And hopefully it'll make you seem more wise Or otherwise They'll leave you to your own demise Cause it's the end of something I did not want to end Beginning of hard times to come Something that was not meant to be is done And this is the start of what was
7.
A gente se lança na ponta da lança Calcula o destino, finge temperança Recalcula a rota, idolatra a esperança No tempo (ou espaço?) E na flecha do tempo sempre sigo atento Se firo, desculpa, foi só o momento Calmo, em que escoa meu alento Pensamento para tentar Captar tudo o que passa Sem dar pra notar Em ouvidos a lapidar E que de hoje em diante Nós acreditemos no lugar que estamos E estamos querendo Pois a vida pesa e a matéria inverga Pelo sulco passa e atinge minerva Ah, mas foda-se isso, só quero um emprego Um milagre divino, um condeno ao degredo Fim do desespero, fim dos medos Fim Não O fim nunca vem E o que mais me aborrece é a necessidade De taxá-lo sempre como algo que há de vir A termodinâmica veio nos dar A noção de um tempo Que não volta

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released October 21, 2017

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